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Criação de Bezerras Nelore: Os Pontos-Chave Para um Rebanho Forte e Produtivo

  • Aluizio Ribeiro
  • 22 de mai.
  • 3 min de leitura

A criação de bezerras nelore é uma das etapas mais críticas e determinantes na pecuária de corte. A forma como essas fêmeas jovens são manejadas desde o nascimento impacta diretamente o futuro do rebanho, influenciando a produtividade, a resistência a doenças, a longevidade e o potencial genético das matrizes. No caso do gado Nelore, raça predominante na bovinocultura brasileira, esses cuidados ganham ainda mais peso, uma vez que sua eficiência zootécnica está intimamente ligada à qualidade do manejo nas fases iniciais da vida.


Vaca Nelore adulta ao lado de sua bezerra recém-nascida em um pasto verde, sob luz natural suave. A mãe permanece em pé, atenta, enquanto a bezerra observa curiosa, simbolizando os cuidados essenciais na fase inicial da criação.
Bezerras Nelore em pastagem

O nascimento é o primeiro grande desafio. A mortalidade neonatal é um problema recorrente, e reduzir esse índice passa por um acompanhamento de perto do parto e pelo preparo adequado das vacas prenhes. A higiene do local, a observação de sinais de distocia, a intervenção quando necessária e o suporte imediato após o nascimento são medidas que salvam vidas. O contato rápido com a mãe, o corte correto do umbigo com antisséptico e, sobretudo, a ingestão precoce do colostro, garantem que a bezerra tenha um começo de vida protegido.


O colostro, aliás, é o verdadeiro passaporte para a imunidade inicial da bezerra nelore. Idealmente, deve ser fornecido até no máximo seis horas após o parto, momento em que o intestino ainda está apto a absorver os anticorpos maternos com eficiência. A quantidade também importa: recomenda-se algo entre 10% e 15% do peso vivo nas primeiras 24 horas de vida, distribuídos em pelo menos duas a três mamadas.


Superada a fase inicial, entra em cena o manejo alimentar e sanitário, pilares fundamentais da cria. A nutrição precisa acompanhar o ritmo de crescimento da bezerra, garantindo ganho de peso constante sem excessos ou deficiências. A introdução do concentrado deve ocorrer entre a primeira e segunda semana de vida, de forma gradual, sempre com oferta de água limpa e feno de boa qualidade. O creep feeding é uma estratégia altamente recomendada, pois antecipa o desenvolvimento do sistema digestivo e prepara a bezerra para a desmama.


A desmama, inclusive, é outro ponto decisivo. Um processo mal conduzido pode comprometer meses de trabalho bem feito. O ideal é que a desmama seja feita de forma gradual, em idades entre 6 e 8 meses, ou quando a bezerra atingir entre 180 a 200 kg de peso. A separação abrupta e sem preparo causa estresse, perda de peso e maior suscetibilidade a doenças. A transição deve ser suave, com manutenção da dieta de transição e observação cuidadosa do comportamento e da saúde.

A sanidade, por sua vez, é uma vigilância constante. Protocolos de vacinação devem ser rigidamente seguidos, contemplando clostridioses, IBR, BVD, raiva, leptospirose e outras doenças endêmicas da região. O controle de parasitas é outro ponto crítico, exigindo calendário estratégico de vermifugação e controle de carrapatos, mosca-do-chifre e bernes. A observância diária permite identificar precocemente sinais de apatia, perda de apetite, diarreia ou claudicação, evitando a evolução para quadros mais graves.


Não se pode esquecer da infraestrutura. O ambiente onde estão as bezerras nelore deve ser seguro, seco, ventilado e limpo. Instalações inadequadas favorecem infecções, estresse térmico e traumas. Espaço para movimentação, sombra e acesso fácil a água e alimento são requisitos básicos. Mesmo em sistemas a pasto, a estrutura deve prever currais funcionais para contenção, manejo sanitário e observação.

Um capítulo à parte é a seleção genética. A criação de bezerras não é apenas um processo de sobrevivência; é uma oportunidade de multiplicar os melhores indivíduos do rebanho. A escolha dos touros e matrizes deve considerar DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie), foco no ganho de peso, precocidade sexual, habilidade materna e temperamento. O uso de inseminação artificial é uma ferramenta que potencializa esses avanços, e o monitoramento da performance das bezerras do nascimento à recria fornece dados valiosos para as futuras decisões.


Outro aspecto frequentemente negligenciado, mas que faz diferença, é o manejo humanizado. Bezerras que têm contato positivo com os tratadores, que são conduzidas com calma e respeitando seu bem-estar, crescem com menor nível de estresse e apresentam melhor resposta imunológica. Animais mansos são mais fáceis de manejar, têm melhor desempenho e reduzem os riscos operacionais da fazenda.


A cria bem feita de bezerras é uma construção. Exige planejamento, investimento e, principalmente, consistência. Pequenas falhas acumuladas comprometem resultados. Por outro lado, o acerto na cria é a base para um ciclo produtivo virtuoso: novilhas mais saudáveis entram em reprodução mais cedo, são mais longevas e transmitem esse vigor para suas próprias crias. Trata-se de um efeito cascata que eleva o padrão genético, reprodutivo e sanitário de todo o rebanho.


Investir na criação de bezerras não é apenas cumprir uma etapa obrigatória do ciclo pecuário. É uma estratégia de alto impacto, uma ferramenta de precisão na formação de um rebanho forte, eficiente e lucrativo. Quem entende isso não apenas produz bezerras, mas forma matrizes superiores. E é nessa diferença que está o futuro da pecuária de corte moderna.

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